17 novembro 2013

O Nobre Cavalo

Galeria de Mandalas
Meus pequeninos, como vocês teriam adorado acariciar o pescoço sedoso de uma criatura tão bonita quanto o amado cavalo de Brahmadatta, o rei de Benares.
Ele era mais belo, mais bonito do que qualquer outro cavalo do mundo. Rápido como um veado e gracioso como um cisne. Havia uma luz doce em seus olhos, e seus passos eram tão majestosos que não poderia ser nada menos que um rei.
Seu estábulo era um palácio. Dia e noite, uma lamparina queimava óleos perfumados. Cortinas cor de rosa suave, com estrelas de outro, ondulavam sobre sua cabeça.
Naquela época, Benares era o reino mais feliz da Índia. Era rico e próspero e muito maior do que qualquer outro. Por essa razão, muitos reis ficaram invejosos. Alguns deles resolveram lutar contra o rei de Benares, com medo de que este pudesse se tornar mais poderoso que eles.
Sete desses reis reuniram seus exércitos e marcharam na direção do Estado poderoso. Brahmadatta chamou um de seus cavaleiros.
"Nossos inimigos estão se aproximando dos portões da cidade; seu rei e seu país estão em risco. Meu bravo guerreiro, você conseguiria lutar contra sete reis?", perguntou.
"Não só contra sete, mas contra cem reis, senhor, se puder montar seu cavalo, seu nobre cavalo", respondeu o cavaleiro.
"Leve meu cavalo", disse Brahmadatta. "Corra para a batalha. Volte para nós vitorioso. Seu rei e seu país confiam em você".
Então, o cavaleiro montou no cavalo galante e correu para a batalha. Como uma tempestade atravessando um campo de trigo, derrubou o primeiro inimigo, capturou o rei e trouxe-o como prisioneiro para Benares.
Novamente, voltou ao campo de batalha, derrotou o segundo exército e fez do segundo rei prisioneiro.
Esse foi o mesmo destino do terceiro, do quarto e do quinto rei. No entanto, ao capturar o sexto, seu cavalo foi ferido.
Ao retornar ao palácio, a nobre criatura caiu no solo. Gentilmente, o cavaleiro removeu seu arreio. Mas tinha de voltar para a batalha, e outro cavalo foi trazido.
Quando o cavaleiro estava a ponto de montar seu novo garanhão, o cavalo ferido abriu os olhos e pensou: "Meu bravo cavaleiro será morto. Em outro cavalo, ele nunca conseguirá vencer o sétimo exército. Benares será tomada pelo inimigo".
Chamando o cavaleiro, falou em voz grave:
"Bravo cavaleiro", disse, "seja sábio. Não tome outro cavalo, pois somente eu posso ajudá-lo a derrotar o sétimo exército. Volte a colocar minha armadura nas minhas costas e, juntos, garantiremos a vitória".
O cavaleiro cuidou das feridas da nobre criatura, montou em seu torso e voltou ao campo de batalha. Eram muitos inimigos e a batalha foi dura. Por fim, o sétimo exército foi derrotado, e o sétimo rei, capturado.
Quando a batalha terminou, entretanto, o nobre cavalo caiu, sangrando, no chão.
O rei ajoelhou-se ao se lado e o acariciou.
"Não fique triste, meu Rei", sussurrou docemente o cavalo;  "minhas feridas não me doem, pois vencemos. Não mate os que agora são seus prisioneiros. Deixem-nos voltar ao lar, depois de prometerem nunca voltar a atacar Benares".
Tendo dito essas palavras, o magnífico garanhão fechou os olhos e morreu.
Sua lembrança, porém, viveu durante muitos anos. Brahmadatta atendeu a seu conselho: os sete reis foram liberados e nunca mais houve guerra. Os povos de todos os reinos se amavam e todos viveram felizes para sempre.
Contos de Jataka - Recontado por Noor Inayat Khan

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