Alquimia é transformação. É o trabalho árduo de pegar matéria bruta e transformá-la em preciosidade. Popularmente, alquimia é transformar o metal inferior como o chumbo ou o mercúrio, em prata ou ouro. Esse processo era chamado de produção da Pedra Filosofal, também conhecido como produção do Elixir ou da Tintura.
Mas não é somente isto que faziam os alquimistas, a busca não parava na prata e ouro, também, faziam parte de seus trabalhos a transmutação de minerais com o objetivo de fabricarem pedras preciosas como o rubi e diamante, o que muitos conseguiram, principalmente o Conde de Saint Germain. Ainda, era preocupação deles a conservação de cadáveres, o que faziam muito bem, o rejuvenescimento e a imortalidade. Já nos séculos XVI e XVII a alquimia dá mais um passo e inclui não só a salvação do adepto, mas também de todo o Cosmo, principalmente pela entrada dos rosa-cruzes na alquimia.
Os passos dos alquimistas eram ao mesmo tempo as operações, processos e metamorfoses realizadas em seus laboratórios e também um caminho de ascese psíquica e espiritual, o chamado trabalho de oratório. Tudo acontecia concomitantemente. Para os alquimistas era importante o desenvolvimento pessoal. Entre eles a humildade, a paciência, persistência, dedicação, sinceridade, vontade e intensão eram virtudes valorizadas. O eu dava lugar ao nosso. Em vários escritos herméticos são encontrados o termo “nosso”, “nosso ouro”, “nosso mercúrio”, “nosso trabalho”. A alquimia era vista por eles como algo mais do que um ofício, era um caminho de vida.
Prática e estudo era constante e se complementavam, uma famosa ordem latina alquimista era: “Ora, lege, lege, lege, relege, labora et invenies (Ora, lê, lê, lê, relê, trabalha e encontrarás). Não adiantava somente a transformação de metais inferiores em prata e outro, o interior do alquimista também deveria ser trabalhado, de forma a transformar e transmutar sua sombra para o resplandecente surgir. Era um caminho de aproximação com Deus.
Os Mandalas fizeram parte do panorama alquímico dos séculos XVI. XVII e XVIII, podemos vê-los ilustrando vários dos escritos herméticos. São Mandalas com conteúdo simbólico profundo e arquétipos universais. O estudo desses Mandalas, de seus símbolos, um a um, pode ser considerado um caminho alquímico/espiritual.
Por Antonietta Forcione
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